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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Lajes de esferas de plástico (2/2)


** O primeiro texto adaptado sobre lajes de esferas plásticas pode ser encontrado no título Lajes de esferas de plástico (1/2) ou no link: http://migre.me/srRw6

Lajes de concreto com esferas de plástico
Texto adaptado por Érica de Vargas

VANTAGENS

A combinação das esferas plásticas nas lajes tipo cogumelo permite o aumento dos vãos nas duas direções - a laje é conectada diretamente às colunas através de concreto "in situ" sem nenhuma viga, acarretando em:

ü  Liberdade nos projetos: layouts flexíveis que facilmente se adaptam a desenhos curvos e detalhes irregulares;
ü  Redução do peso próprio: 35% menor, permitindo redução nas fundações;
ü  Aumento dos intereixos das colunas: até 50% a mais do que as estruturas tradicionais;
ü  Eliminação de vigas: execução mais barata e rápida de alvenarias e instalações;
ü  Redução do volume de concreto: 1 kg do plástico reciclável das esferas substitui 100 kg de concreto.

ü  Ambientalmente adequado – redução de energia e emissão de CO2.


ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

Lajes de concreto pré-moldados BubbleDeck são adequados para uso em todos os tipos de projetos de construção de piso, especialmente abertos, tais como edifícios comerciais, educacionais e institucionais.
Fotos: divulgação BubbleDeck
Subsolo com lajes executadas com BubbleDeck
Os diferentes tipos de esferas são especificados de acordo com os requisitos dos projetos, tais como os carregamentos e vãos entre colunas. A tabela 1 define características gerais, quantitativos básicos e tamanhos de vão que podem ser alcançados.
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O tamanho das pré-lajes deve ser maximizado a fim de aumentar a eficiência de custo, no entanto, este uso pode ser limitado por alguma restrição de transporte local.
Os tipos de placas dadas na tabela podem ser aplicados sobre a seguinte gama de vãos e força.
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ISOLAMENTO ACÚSTICO - de acordo com os testes de certificação das autoridades para a supervisão de construções P-SAC 02/IV-065, MPFA Leipzig e. V:

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RESISTÊNCIA AO FOGO - O cobrimento mínimo do concreto para a armadura inferior dependendo da resistência ao fogo e das tensões admissíveis do aço sobre a ação de cargas pode ser determinada segundo a tabela abaixo:
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O cobrimento de concreto para a esfera pode ser 0,5 cm menor do que os valores mencionados. As esferas plásticas ocas são constituídas de poli-etilenos de alta densidade (HDPE) e têm de estar de acordo com os materiais de construção da classe B2 pela norma DIN 4102-1 no mínimo. O cobrimento superior de concreto tem que ser de no mínimo 2,5 cm.


PROJETOS REALIZADOS

City Hall and Offices, Glostrup, Denmark - lajes BD280 (280 mm de espessura), arquitetura de Dissing&Weitling A/S. Engenheiro: LeifHansenc. Foi a primeira construção da Dinamarca com a tecnologia BubbleDeck, estrutura desenhada pela empresa Dissing&Weitling,

Moradia Le Coie, Jersey (GRB) - a maior estrutura BubbleDeck já construída na Grã-Bretanha foi executada em seis semanas. A estrutura contém 7.800 m² de lajes BubbleDeck com colunas de concreto com altura entre três e seis andares. Mais de 400 mil libras esterlinas foram economizadas, resultando numa redução de 3% do custo total do projeto.
Fotos: divulgação BubbleDeck
Moradia Le Coie, Jersey (GRB)
Millennium Tower, Rotterdam, Netherlands - originalmente projetada com lajes tubadas, percebeu-se uma economia de tempo e dinheiro consideráveis na utilização das lajes BubbleDeck. Adotar BubbleDeck significou também uma redução no pé-direito devido à não utilização de vigas, diminuindo a altura geral da construção. Outra consideração foi à falta de espaço de armazenamento no local da obra, pois se situava em vias  arteriais e rodovias. Os pisos foram erguidos, em média, na metade do tempo - quatro dias em vez de oito dias - que levaria se fosse construída com as lajes originais. Na metade da construção, foi decidida a adição de dois andares em relação ao projeto inicial, o que só foi possível pela redução de altura da construção dada pelo uso das lajes BubbleDeck.
Fotos: divulgação BubbleDeck
Millennium Tower, Rotterdam, Netherlands
REFERÊNCIAS
Fonte: BubbleDeckPINI Lajes com esferas plásticas, Publicado em 09/10/13;

Fonte: RIOgaleão RIOgaleão substitui concreto por esferas plásticas na construção do novo estacionamento, Publicado pela Engenharia é em 02/07/15;

Escrito por Augusto Freire, engenheiro civil e diretor técnico da BubbleDeck Brasil Laje de concreto com esferas plásticas. Edição 138 - Setembro/2008;

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Lajes de esferas de plástico (1/2)

O sistema proporciona uma enorme redução no uso de materiais, um aumento de produtividade em função do processo industrializado e, consequentemente, uma redução significativa do impacto ambiental.

Lajes de concreto com esferas de plástico
Texto adaptado por Érica de Vargas

INTRODUÇÃO

BubbleDeck é um sistema construtivo formado por esferas plásticas contidas entre uma pré-laje de concreto e uma tela soldada armada superior. As esferas (bubles) introduzidas na intersecção das armaduras "ocupam" o lugar do concreto que não desempenharia função estrutural. Assim, pode-se reduzir em até 35% o peso próprio da laje se comparado com o sistema convencional, vindo a proporcionar economia no dimensionamento estrutural em função das cargas menores sobre as fundações. O sistema permite ao engenheiro projetar vãos maiores com menor consumo de materiais (concreto e fôrmas) sem grandes impedimentos técnicos.

Sistema BubbleDeck com esferas plásticas coloridas
O sistema BubbleDeck é composto basicamente por:

ü  Malha de aço superior;
ü  Esfera de plástico reciclado;
ü  Malha de aço inferior incorporada (eventualmente numa pré-laje com 6 cm de espessura). 


TIPOS DE LAJES

PRÉ-LAJES - uma camada de 6 cm de espessura é concretada fixando o módulo BubbleDeck composto pelas armaduras superior e inferior e as esferas plásticas. Os elementos são posicionados sobre escoramentos provisórios, as armaduras adicionais são posicionadas e a segunda etapa de concretagem é executada. É o tipo mais comum de laje BubleDeck e necessita de um guindaste móvel para o posicionamento dos  elementos pré-moldados devido ao seu peso.

MÓDULOS BUBBLEDECK - as esferas são posicionadas em gaiolas metálicas formando módulos que são posicionados sobre fôrmas convencionais de madeira, armaduras adicionais são inseridas e a concretagem é executada em dois estágios. Esse tipo de laje é ideal para pisos térreos, obras de reforma ou em casos de acesso complicado, pois os módulos BubbleDeck podem ser transportados e posicionados manualmente.

PAINÉIS ACABADOS as lajes concretizadas são entregues no local da construção restando fazer apenas o içamento e o posicionamento. O painel pronto é aplicável para apoios em uma só direção e necessita da inclusão de vigas suporte ou paredes.

Fotos: divulgação BubbleDeck
Painel acabado
EXECUÇÃO

Em resumo, seria basicamente quatro etapas: após a fabricação dos painéis metálicos na fábrica, se inicia a execução do escoramento a montagem dos elementos pré-moldados, as esferas plásticas. Posteriormente é colocada a armação complementar e feita a concretagem final solidarizando toda laje.

Etapas construtivas para o emprego do painel BubbleDeck:

ü  Escoramento provisório - vigas paralelas espaçadas de 1,8m a 2,5m são posicionadas.
Fotos: divulgação BubbleDeck
Escoramento de vigas 

ü Colocação dos painéis BubbleDeck - elementos pré-moldados posicionados com o emprego de equipamentos mecânicos.
Fotos: divulgação BubbleDeck
Colocação de painéis

ü  Reforços nas juntas - armadura de ligação entre as peças pré-moldadas e armadura de ligação entre as malhas superiores.

Fotos: divulgação BubbleDeck
Reforço nas juntas

ü  Capitéis - armadura adicional superior na região dos pilares e eventual armadura de reforço.
Fotos: divulgação BubbleDeck
Armadura adicional

ü  Reforço periférico - colocação de armadura no perímetro da laje, caso necessário.

ü  Preparação - selagem de juntas, limpeza e saturação com água do módulo pré-moldado.

ü  Concretagem - lançamento, adensamento do concreto de segundo estágio.
Fotos: divulgação BubbleDeck
Concretagem

ü  Remoção do escoramento conforme especificação técnica.

ü  Acabamentos - nenhum trabalho adicional é necessário a menos que se deseje outro tipo de acabamento diferente do concreto aparente.


MEIO AMBIENTE

O sistema BubbleDeck possui selo verde devido a uma série de características como: as esferas são produzidas com material reciclável; redução do volume de concreto e uso reduzido de fôrmas de madeira.
A cada metro quadrado construído de laje BubbleDeck  (para uma laje de 23 cm) são retirados 1 kg de plástico do meio ambiente.
Os vazios obtidos com as esferas usadas no interior da laje também contribuem para um melhor desempenho acústico.
Em caso de incêndio as esferas carbonizam sem emitir gases tóxicos. Dependendo da cobertura a resistência ao fogo pode variar de 60 a 180 minutos (verificações realizadas de acordo com a ISO 834). Redução substancial de materiais e transportes.
Para um milhão de metros quadrados fabricados com a laje maciça há uma economia de 24,4 mil m3 de concreto com a tecnologia BubbleDeck.



** O texto adaptado sobre lajes de esferas plásticas contínua no título Lajes de esferas de plástico (2/2) falando mais sobre suas vantagens, especificações técnicas e alguns projetos.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Asfalto de Plástico

Ainda são poucas as pesquisas realizadas nesse meio, mas empresas de pavimentação estão experimentando alternativas plásticas nesse meio. Plásticos usados em itens comuns, como sacolas de lixo, estão sendo recicladas em grades, pastilhas e até pedras de plástico.

Asfalto com revestimento de Plástico
Texto adaptado por Érica de Vargas

            Todos nós entendemos a importância dessa inovação para o meio ambiente em que vivemos, vamos ver agora três inventos da aplicação do plástico como pavimento, o quanto ele é vantajosa, favorável e um projeto recentemente iniciado pela empresa VolkerWessel da Holanda.
Exemplo de um projeto de asfalto de plástico - Foto: Divulgação/VolkerWessels
SISTEMA DE GRADES DE PLÁSTICO - Esse sistema usa uma rede de cilindros conectados que formam uma malha contínua. Coloca-se essa rede em uma superfície nivelada e, depois, preenche-se com um agregado de rochas ou cascalho. A malha plástica formada permite a drenagem de água na rodovia, prevenindo poças na superfície. Em adição a isso, ela cria uma rua capaz de sustentar o tráfego de veículos e pedestres sem precisar de grandes quantidades do asfalto usual derivado do petróleo.

PASTILHAS DE PLÁSTICO - Outra diferente alternativa seriam as pastilhas. Plástico reciclado é um produto versátil, que pode ser transformado em quase qualquer formato quando derretido. Podendo juntar várias pastilhas de plástico em um agregado de pavimentação de rodovias. De acordo com a Rural Conservation Alliance, 7% de um agregado de pavimentação são pastilhas de plástico. Elas adicionam mais estabilidade à mistura, além de proverem uma textura levemente porosa para o escorrimento de água.

PAVIMENTOS DE PLÁSTICO - Uma alternativa decorativa são os pavimentos de plástico. As mais comuns são pequenas pedras achatadas que são colocadas como tijolos na superfície das rodovias. Esses pavimentos geralmente são usados no lugar de grandes blocos de concreto, já que têm menor tendência a rachar com o tempo.
Pavimentos de plástico oferecem a mesma resistência a rachaduras graças ao polietileno de alta densidade (HDPE). A aparência dos pavimentos de plástico também pode imitar a aparência de pedra ou concreto para um visual natural.


PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS E SOLUÇÕES

O asfalto e concreto são superioridade como agregados para a pavimentação de estradas, garagens e estacionamentos. Apesar disso, são recursos naturais que estão sendo lentamente esgotados do Planeta Terra.
Usar plástico nas rodovias ajuda a diminuir consideravelmente o volume desses materiais em aterros, já que infelizmente, muitos plásticos não são reciclados e acabam por lotar os mesmos. Conforme a demanda por alternativas de plástico aumentam, as companhias de lixo podem redirecionar itens de plástico de suas estações de processamento para centros de reciclagem locais.

POSSÍVEL PIONEIRO

            Holanda pode ser o primeiro país a usar a nova técnica. O modelo, batizado de PlasticRoad foi desenvolvido por uma subdivisão da empresa holandesa VolkerWessels e usa apenas material reciclado como matéria-prima para a produção das seções da estrada, que podem ser pré-fabricadas.
Para aqueles que acham que a ideia só poderia mesmo ser adotada no frio dos países que ficam mais distantes do Equador, a empresa garante que o material pode resistir a temperaturas mais elevadas, de até 80°C.
Material seria até três vezes mais duráveis do que o asfalto - Foto: Divulgação/VolkerWessels
Entre as vantagens prometidas estão menos manutenção e até três vezes mais durabilidade, o que significa menos obras e, e igualmente menos engarrafamentos. A construção também seria mais rápida, reduzindo de meses para semanas o tempo necessário.

VANTAGENS

“As PlasticRoads têm várias vantagens quando comparadas às estradas convencionais em termos de construção e manutenção”, explica a construtora. O uso de plástico para a fabricação do pavimento abre portas a outros segmentos da engenharia civil: instalação de células para geração de energia, superfícies silenciosas e um interior oco para a instalação de cabos e canos são outras das possibilidades vislumbradas pela construtora estrangeira.
A ideia ainda é um conceito, mas a VolkerWessels espera concluir a primeira via pública totalmente pavimentada com plástico reciclado em um prazo de três anos, de acordo com o jornal "The Guardian".
Estrutura oca permite a passagem de cabos de energia ou tubulação de esgoto ou água - Foto: Divulgação/VolkerWessel
Mas, antes de podermos passar em ruas feitas de plástico, é preciso produzir e testar o projeto, por isso à empresa responsável pela ideia está à procura de parceiros. A cidade de Roterdã já se mostrou interessada e disponibilizou uma espécie de laboratório para que a PlasticRoads seja testada.
As estradas de plástico serão ainda testadas pelos laboratórios da VolkerWassels, permanecendo apenas uma previsão do tempo mínimo como descrito de três anos, onde poderá vir a ser parte realmente do nosso cotidiano.
REFERÊNCIAS

Escrito por Amy Rodriguez | Traduzido por Eduardo Chagas - Alternativas de plástico para pavimentação, sem data;

Fonte: O Globo - Holanda estuda substituir asfalto por plástico na pavimentação das ruas, Publicado em14/07/15;

Fonte: Tecmundo, Geeky Gadgets/Roland Hutchinson e VolkerWesselsEngadget/Jon Fingas - Pavimentação de plástico que geram energia podem ser o futuro,  Publicado por Engenharia é, em 20/07/2015;




sábado, 3 de outubro de 2015

Asfalto de Borracha

Já pensou em uma forma mais econômica para conservar as rodovias e, ainda, reciclar toneladas de pneus usados arranjando ele como um material para pavimentação de vias públicas?


Asfalto com revestimento de Borracha

Texto adaptado por Érica de Vargas

Ainda falamos de futuro, pois no Brasil seu emprego é adotado, mas ainda demasiadamente. A nova tecnologia reduzirá os custos de manutenção e aumentará a vida útil das estradas e vai se constituindo numa alternativa para o uso de pneus consumidos. Diversos países já utilizam esse processo habitualmente, em boa parte da malha rodoviária. São eles: Estados Unidos, África do Sul, China, Austrália, Suécia, Holanda, Espanha, França, Japão, Colômbia, Chile.
Apesar de existir no mundo diversas pesquisas e o uso desta inovação usualmente, temos que dar tremenda significância aos estudos e colocações por mais que sejam delongadas dessas ações sustentáveis no nosso país. Para o doutor em geotecnia, Luiz Rodrigues de Mello, respondendo a primeira pergunta, a forma seria o asfalto borracha. Autor da tese O Estudo do Dano em Meio Contínuo no Estudo da Fadiga em Misturas Asfálticas, ele explica. “A inclusão da borracha na mistura modifica as características químicas e físicas do ligante. Essas alterações fazem com que o asfalto tenha maior resistência a fadiga e ao envelhecimento. Essas duas propriedades são primordiais para pavimentos mais duradouros”, explica.
O revestimento de vias públicas e de estradas sofre um processo de envelhecimento e desgaste devido o uso contínuo e principalmente por causa da oxidação provocada pelo contato com outros produtos, exigindo substituição após dez anos.

O PROCESSO

No processo de reciclagem, a mistura já existente da produção do asfalto, geralmente em condição deteriorada, é raspada (fresada) e adicionada a novos agregados e ligantes, permitindo o amolecimento do material envelhecido e a formação de uma massa homogênea. Pode-se usar ainda um agente rejuvenescedor (AR) derivado do petróleo que pode repor tais propriedades que forem perdidas no processo.
O processo de obtenção desse pavimento é semelhante ao aplicado na fabricação de asfalto convencional, variando apenas a temperatura necessária para compactar a massa. Para Melo, durante os testes do asfalto borracha utilizou 20 % de borracha moída de pneus usados, essa seria mais uma opção para os pneus inservíveis.


 Figura retrada de: http://src.odiario.com/Imagem/2010/08/25/g_164835912.jpg                        

AÇÃO ECONÔMICA E SUSTENTÁVEL

Dados divulgados ainda em 2010 pela Reciclanip criada para atender ao Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis – mostraram que a entidade coletou e destinou de forma ecologicamente correta 311, 5 mil toneladas de pneus que não seriam utilizados. Segundo Melo o asfalto de borracha “Seria uma das soluções para o destino de milhões de pneus usados, numa extensão de 1 km numa faixa de 3,5m de largura, pode­ se usar até 625 pneus
Citações um pouco antigas, porém importantes ainda servem de alerta, elas nos mostram que nos últimos quatro anos antes de 2010, o governo federal investia anualmente R$ 3,5 bilhões na conservação, restauração e manutenção rodoviária (CREMA). Segundo o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), para 2011 estavam previstos R$ 5 bilhões. “Caso houvesse a adesão do asfalto borracha em rodovias ao longo do Brasil, aliado a uma boa pavimentação, certamente estaríamos com menos buracos e teríamos acréscimo de vida útil no pavimento”, garante Mello.
A tecnologia faria com que os investimentos em programas de recuperação de estradas fossem menores, já que após cinco anos de uso, o asfalto borracha ainda não apresenta fissuras, segundo o pesquisador. Entre as principais vantagens do novo produto estão: redução de antioxidantes e do carbono da borracha; aumento da flexibilidade, causada pela elevada concentração de elastômeros (polímeros com propriedades semelhantes à borracha); aumento de até 17º C no ponto de amolecimento, garantindo maior resistência à deformação e baixa suscetibilidade a variações térmicas.

PIONEIRO NACIONAL

No Brasil, em 2001 foi aplicado o primeiro asfalto de borracha. O projeto foi realizado na rodovia BR 116, entre Guaíba e Camaquã, km 319 no estado do Rio Grande do Sul. Dois anos depois, o asfalto de borracha tornou-­se objeto de pesquisa pela Área de Pesquisas e Testes de Pavimentos, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Por meio disso testes foram realizados em duas pistas experimentais, uma com asfalto comum, o conhecido CAP 20 (Cimento Asfáltico de Petroléo) e outra com o asfalto de borracha.
Os cientistas submeteram as pistas a uma carga de eixo de 10 toneladas e simularam 98 mil repetições nas pistas, depois dos testes, o asfalto comum estava completamente trincado, enquanto o de borracha dano algum. Somente depois de 300 mil repetições, o trincamento na pista de borracha foi apontado e com um grau de incidência muito baixo.

Trecho experimental – BR 116/RS – 3 anos – Asfalto convencional     Trecho experimental – BR 116/RS – 3 anos – Asfalto borracha
Imagem retirada de um texto de Armando Morilha Junior – Diretor Técnico do Grupo Greca Asfaltos

FALTA DE INCENTIVO
Conforme Mello, infelizmente ainda não há no Brasil incentivo oficial para a incorporação da borracha na composição das misturas do asfalto. “Falta conhecimento da técnica e vontade administrativa para que projetistas, de obras de construção de pistas nas ruas e estradas, comecem a usar esse processo no país”
            No Brasil ainda não há projeto de lei tramitando no Congresso Nacional que obrigue a inclusão da borracha no cimento asfáltico. Existe apenas uma resolução do CONAMA (n°258/99) que determina que as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos são obrigadas a coletar e dar um destino ambientalmente adequado aos pneus inservíveis.
Segundo Luciana Nogueira a chefe do Laboratório de Asfalto do Instituto de Pesquisas Rodoviárias (IPR/DNIT) “em 2009 foi aprovada uma norma com configurações específicas para o uso do asfalto borracha nas obras de estradas”, mas “muitos projetistas fizeram o projeto antes da norma ser aprovada. Outro entrave é que precisa ter um controle tecnológico para realizar a mistura”.

CONCLUSÃO

A reciclagem desse material é de estima importância tanto ambiental como social, se levarmos em conta que a não reutilização pode acarretar em diversos maléficos. Vou dar apenas um exemplo de produção exorbitante desse material que é por parte das montadoras de automóveis, onde são incorporados ao mercado cerca de 60 milhões de pneus ao ano (5 peças por veículos).
Por isso, todos nós somos responsáveis por boa parte dos pneus descartados de forma inadequada na natureza. Essa deposição irregular contribui para a proliferação de vetores de doenças, como a dengue, a queima dos pneus velhos a céu aberto emitindo uma série de gases venenosos, aumentando o risco de incêndios, poluindo o ar e contaminando o lençol freático.

REFERÊNCIAS

Fonte: Camila Cotta - Asfalto reciclado com pneus velhos ajuda reduzir impacto ambiental, sem data;

Fonte: Agência Brasil - Pneus usados são transformados em asfalto no Rio Grande do Sul, Publicado por Equipe Eco Viagem em 04/08/2003;

Fonte: Com Agência T1 - Asfalto feito com pneu dura mais e é sustentável, Publicado pela Redação em 04/03/2011;

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Entulhos das Construções (resíduos)

Relata-se que no Brasil ocorre sim a reciclagem de entulhos, mas é bastante escassa e insuficiente para a quantidade do mesmo sendo, mas praticamente todo esse resíduo pode ser reciclado sem muitos problemas ou custo. 

O que fazer com entulhos de construção?
Texto adaptado por Érica de Vargas

Enquanto na Holanda o índice de reaproveitamento de sobras na construção civil chega a 80% (o melhor do mundo), no Brasil o objetivo é alcançar pelo menos 5% (mixaria), segundo informações da revista Téchne, especializada em engenharia civil.
Para alcançar esse número, o poder público e entidades empresariais buscam regulamentar e estimular o processamento do entulho e a reutilização do material, no intuito de implantar uma cadeia produtiva para o reaproveitamento dos resíduos, inclusive com o desenvolvimento de métodos de controle tecnológico.
De acordo com as experiências e estudos já feitos, praticamente todo o resíduo de construção pode ser processado, desde que respeitadas às recomendações para o processo de separação e processamento.
A revista Téchne listou como cada material deve ser tratado no canteiro de obra para que seja possível o reaproveitamento. São essas as medidas:

PLÁSTICOS

Origem do resíduo: fiações, tubulações e diversos.
Reciclagem e cuidados: os materiais são encaminhados para indústrias especializadas nesses compostos que, após processar o material, podem recolocá-lo no mercado, inclusive em outras utilizações, como embalagens.

Fig. 1 - Produtos de PVC

MATERIAIS CIMENTÍCIOS

Origem: argamassas, concretos e blocos para alvenaria.
Reciclagem e cuidados: os materiais são britados e reaproveitados como agregado. Deve-se tomar cuidado para não deixar gesso no entulho, pois compromete o desempenho do material reciclado. Quando finalmente dividido, pode ser empregado como material pozolânico. Eventualmente, pode ser misturado com material cerâmico, desde que mantida a homogeneidade. Nesse caso, o desempenho é inferior àquele verificado com o emprego exclusivo de material cimentício.

MATERIAIS CIMENTÍCIOS

Origem: argamassas, concretos e blocos para alvenaria.
Reciclagem e cuidados: os materiais são britados e reaproveitados como agregado. Deve-se tomar cuidado para não deixar gesso no entulho, pois compromete o desempenho do material reciclado. Quando finalmente dividido, pode ser empregado como material pozolânico. Eventualmente, pode ser misturado com material cerâmico, desde que mantida a homogeneidade. Nesse caso, o desempenho é inferior àquele verificado com o emprego exclusivo de material cimentício.

MATERIAIS CERÂMICOS

Origem: blocos, telhas, pisos e pastilhas de revestimentos.
Reciclagem e cuidados: os materiais são britados e reaproveitados como agregado não estrutural. Quando finamente dividido, é recomendado como aditivo pozolânico. Eventualmente, pode ser misturado com material cimentício, desde que mantida a homogeneidade. Nesse caso, o desempenho pode melhorar.


METAIS

Origem: tubulações, esquadrias, fôrmas, ferramentas.
Reciclagem e cuidados: são encaminhados como sucata para depósitos de ferro-velho ou siderúrgicas. Atualmente, 95% do aço dos vergalhões produzidos no Brasil vêm de reaproveitamento de sucata, oriunda, sobretudo de navios antigos.

Fig. 5 - Esquadrias de alumínio
OUTROS

Origem: gesso, tecidos e papéis.
Reciclagem e cuidados: podem ser processados nas indústrias especializadas em cada tipo de material. No caso do gesso, deve-se tomar cuidado para não misturar com resíduos cimentícios, pois a mistura expande em contato com a água e prejudica o desempenho do material. No caso de revestimento de gesso em paredes de alvenaria, a proporção de gesso é inferior ao limite de comprometimento. O maior cuidado deve ser tomado com paredes e forros de gesso acartonado.

Fig. 6 - Gesso acartonado
REFERÊNCIAS

Fonte: Eco Desenvolvimento – O que fazer com entulhos de construção, Publicado pela Redação EcoD em 12 de março de 2013;