sábado, 17 de outubro de 2015

Livros de Física I

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Fundamentos de Física I – Halliday – 9ª Edição, é provavelmente o livro mais vendido em livrarias, quando se trata de ciência. O primeiro livro foi em 1960, esse livro desde então tem sido o melhor para os estudantes aprenderem física básica e avançada.

Link para baixar: PASSEIDIRETO (precisa logar.)


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Fundamentos de Física I – Halliday – 8ª Edição, as características de cada capítulo foram cuidadosamente planejadas a fim de motivar os estudantes e orientar seu raciocínio. Uma pergunta difícil inicia cada capítulo e descreve um fenômeno curioso com o objetivo de estimular o estudante. Vários problemas no final dos capítulos foram reformulados para tornar mais claros tanto os enunciados como as respostas. 

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domingo, 11 de outubro de 2015

Livros de Cálculo I

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Cálculo I - James Stewart - 5ª Edição
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Cálculo Volume I - Howard Anton - 8ª Edição
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Livros de Geometria Analítica

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Geometria Analítica - Steinbruch, editora Pearson

Links para baixar: PT.SLIDESHARE - EBAH

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Vetores e Geometria Analítica - Paulo Winterle, esse livro tem se tornado eficaz para os estudos iniciais da graduação.

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Livros de Álgebra Linear

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Álgebra Linear - Steinbruch, editora Pearson
Link para baixar: MEGA.NZ

sábado, 10 de outubro de 2015

Concreto Permeável (1/1)

Alternativa para aumentar a permeabilidade de pavimentos submetidos a cargas reduzidas pode prevenir inundações superficiais causadas por tempestades evitando quem sabe enchentes tão grandiosas e reduzir o aquecimento das pistas em dias quentes.

O Concreto Permeável ou Poroso (1/1)
Texto adaptado por Érica de Vargas


É uma tecnologia ainda incipiente no Brasil, o material vem sendo adotado por construtores para atender ao que as legislações municipais pedem em relação à infiltração e permeabilidade na pavimentação de terrenos. Isso porque o concreto permeável permite que a água das chuvas passe através dele e seja armazenada nas camadas inferiores, base e sub-base, até ser conduzida ao lençol freático por meio do subleito ou então levada ao sistema de drenagem da cidade. Sem perder espaço de pavimentação, tem-se uma área pronta para absorver precipitações, evitando enchentes e realimentando o aquífero subterrâneo.

A principal diferença entre o concreto convencional e o poroso é o índice de vazios deste último. Enquanto o concreto convencional é compacto e tem propriedades que o fazem enrijecer ao longo do tempo, tornando-o mais resistente, a característica do permeável é outra. Ele é feito a partir de material granular quase todo do mesmo tamanho, com a mesma granulometria. "O uso do mesmo tamanho de agregado cria vazios, porque eles não conseguem ser preenchidos", explica Afonso Virgiliis, engenheiro da secretaria de infra-estrutura urbana e obras de São Paulo que tem mestrado em pavimentos permeáveis pela Universidade de São Paulo (USP). Um pouco de areia grossa, também permite que haja um bom volume de vazios.

Divulgação: Intercity/Afonso Virgiliis
Bloco de concreto permeável - Foto: Divulgação/Edição 13 em Abril/2011
A quantidade de pedra, areia, cimento e água vão variar de acordo com a resistência que se busca ter no concreto. Quanto maior a resistência que se procura, menor será a permeabilidade. Para se ter mais permeabilidade, é preciso um maior volume de vazios e, portanto, haverá menos resistência. Por isso, há limitações na aplicação do sistema de drenagem com concreto permeável. Ele é mais indicado para locais de menor solicitação de carga, onde a resistência é menos exigida, como ciclovias, quadras poliesportivas e estacionamentos.

MEIO AMBIENTE

 “Assim como o concreto simples, o concreto poroso é 100% reciclável”, lembra Mariana Marchioni coordenadora do projeto Pavimento Permeável na Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). A porosidade de um concreto permeável varia de 15% a 30% e a água geralmente escoa com taxas entre 0,2 cm/s até 1 cm/s, dependendo do material e da sua disposição. Com isso, a Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana (EPA, Environmental Protection Agency) classificou os pavimentos permeáveis de BMP.
A sigla BMP (Best Management Practice) pode ser traduzida livremente como práticas sustentáveis. Ou seja, o EPA classifica os pavimentos permeáveis como uma das soluções sustentáveis para a drenagem urbana, que atua na redução da impermeabilização das cidades assim como na redução da poluição, pois a base do pavimento filtra a água da enxurrada.
Nos Estados Unidos, em alguns casos, a legislação exige a utilização deste tipo de pavimento. Na Alemanha – pioneira no uso deste sistema – são instalados cerca de 20 milhões de m2 de pavimentos permeáveis por ano em construções residenciais e comerciais.

Divulgação: Intercity/Afonso Virgiliis
Peças pré-moldadas de concreto permeável
VANTAGENS

ü Proteção do sistema de drenagem;
ü Pode ser usado como via para pedestres, estacionamento, ciclovia, piso de quadras poliesportivas;
ü Ajuda a diminuir enxurradas e enchentes;
ü Possibilita a reutilização da água da chuva;
ü Realimenta o aquífero subterrâneo;
ü Atua como filtro, impedindo que impurezas e metais pesados atinjam o lençol freático;

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Concreto permeável evitaria inundações superficiais - Foto: Divulgação/Tarmac
ÍNDICES DE REFRÊNCIA

ü A execução do sistema de drenagem abaixo do concreto permeável envolve uma camada única com brita graduada. Não precisa ser uma estrutura muito profunda, já que a capacidade de guardar água se ganha na área do reservatório, que é extensa. Veja os principais índices de desempenho do sistema:
ü Índice de vazios: na ordem de 20%, no máximo 25% em comparativo o concreto convencional possui 4% de vazios;
ü Ângulo máximo da rampa: 18%, conforme estudo conduzido pela Universidade São Judas. Havendo escorregamento de massa na aplicação e pouca capacidade de absorção porque a água escorre também. Se o método utilizado for o concreto permeável em blocos pré-moldados, o ângulo possível é de 20% a 25%;
ü Permeabilidade: mais de 70% da chuva consegue ser escoada; 
ü Custo: R$ 155,00 por m²;
Fonte: Intercity

Segue-se o texto no próximo título O Concreto Permeável ou Poroso (1/2)

Concreto Permeável (1/2)



Seguimento do texto de título O Concreto Permeável ou Poroso (1/1)

O Concreto Permeável ou Poroso (1/2)
Texto adaptado por Érica de Vargas

FUNCIONAMENTO

Como já dito a função permeabilizante somente funciona quando associado à base e sub-base granular. A água da chuva desce pelo concreto poroso onde precisa ser armazenada nessa estrutura granular de pedras ou britas com grande volume de vazios.
Depois que a chuva para, a água que ficou armazenada nos vazios pode seguir dois caminhos: ou vai para o subsolo, quando o subleito é propício para promover esse caminho até o aquífero, ou pode ir para um sistema de drenagem. Aí ela segue para os bueiros e bocas de lobo da cidade ou fica em piscinas de armazenagem ou reservatórios, a partir de onde pode ser reutilizada em espaços sanitários ou jardins.
As normas americanas dizem que, quando o solo é propício, em até 72 horas a água é absorvida e lançada no aquífero. Se o subsolo é compactado e impermeável (argiloso, por exemplo), no entanto, a água que fica na base e na sub-base não consegue ir rapidamente para o lençol freático e fica acumulada no reservatório granular. Nesse caso, as camadas de pedra da estrutura podem encher e transbordar pela superfície, voltando para cima do concreto poroso.

fotos: Divulgação abcp
Estacionamento na sede do Environmental Protection Agency (EPA), em New Jersey (EUA)
Por isso, a recomendação é fazer o cálculo para a espessura do projeto é baseado em duas premissas: a própria resistência do concreto e a quantidade de chuva, e o cálculo hidrológico, com referência a uma chuva de exceção que aconteça em um intervalo de 10, 25, 50 ou 100 anos. Em São Paulo, por exemplo, a normatização para microdrenagem tem como base períodos de retorno de dez anos.
A base e a sub-base são executadas com pedras de no máximo 3/8 de diâmetro, primeiro as pedras maiores, depois as pedras menores e por último pedrisco. Faz-se uma camada de 10 cm a 15 cm de britas, por onde passa o rolo compactador vibratório, e mais outra camada. Grandes profundidades não são necessárias, pois "O pavimento ganha na área, armazena água como uma piscina. Rasinho, mas uma piscina", explica Virgiliis, que experimentou o sistema de drenagem com blocos intertravados de concreto poroso em um projeto de estacionamento construído na USP que descreveremos a seguir.
O concreto tem que ser aplicado com cuidado, não podendo ser jogado nem alisado, e deve ficar rugoso. Também não pode ser desempenado, para não fechar as possibilidades de a água entrar.

ECONÔMIA E DURAÇÃO

O concreto permeável ou poroso, especificamente, pode ser produzido de duas formas: moldado in loco ou em peças pré-moldadas. Virgiliis aconselha cuidado na hora da aplicação em ambos os métodos. Se for a massa jogada em cima da base granular, a regularização pode ser feita com régua. Se forem blocos, eles não devem ser colocados em disposição aleatória, a fim de terem resistência a deformações e não possuírem irregularidades longitudinais.
O sistema pode durar até dez anos com a parte estrutural íntegra, mas é preciso tomar cuidado com a colmatação (entupimento das camadas superiores por sujeira). Estudos indicam que nos primeiros dois anos, a tendência é o concreto poroso perder 50% da capacidade de permeabilização, e continuar perdendo o resto gradativamente até fechar sete anos, quando os vazios estariam entupidos na superfície.
No caso de concreto permeável moldado in loco, a manutenção é feita com a retirada de 3 cm ou 4 cm da camada mais externa, que é substituída por uma nova.
Se o sistema for de blocos, as opções são trocar os blocos por novos ou arrancá-los cuidadosamente e trocá-los de lado. A face externa vira para a estrutura interna e é como se fosse criada uma retro lavagem.
Devido ao tamanho dos grãos, as peças de concreto permeável, são mais caras do que as convencionais. O sistema inteiro de pavimentação chega a custar 35% a mais. Mariana, da ABCP, alerta, porém, que o custo de cada projeto deve ser pensado levando em conta que o concreto permeável tem a função de pavimento e também drenagem respeitando a permeabilização exigida pelos órgãos públicos.

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Existiriam três fases diferentes de infiltrações da água no solo - Foto: Divulgação/Tarmac
ESPECIFICAÇÃO

Para especificar o sistema de drenagem com concreto permeável deve se fazer primeiramente um orçamento-base, indicando quantos metros quadrados de pavimento drenante terá a obra, quantos centímetros terá cada camada, quanto de material cada metro quadrado terá e qual será a composição.

BRASIL

Por enquanto, a presença do concreto permeável no Brasil é tímida, com iniciativas isoladas em estacionamentos de shoppings centers e condomínios.
Em 2009, uma pesquisa na USP levou à construção de um estacionamento de 1.600 m² dividido em dois: de um lado foi feito um sistema de drenagem com asfalto permeável, camada porosa de atrito (CPA), e do outro foram usados blocos intertravados de concreto poroso.
Os blocos permeáveis absorviam a maior parte da água, mas o rejunte usado para unir as peças também tinha propriedades de drenagem. O projeto foi patrocinado pela Prefeitura de São Paulo, a Secretaria de Infra-estrutura Urbana e Obras, em conjunto com o Centro Tecnológico de Hidráulica da USP, e foi tema da dissertação de mestrado de Afonso Virgiliis, "Os dados continuam sendo coletados; e o concreto poroso está dando alguns probleminhas de colmatação", explica o engenheiro. As camadas de base e sub-base foram feitas com 35 cm como margem de segurança. O experimento está localizado em uma região onde ocorre grande volume de chuvas.

REFERÊNCIAS

Escrito por Marina Lira - Concreto permeável promete ser a solução para enchentes, em 28/09/2015;

Escrito por Caroline MazzonettoConcreto permeável, Edição 13 em Abril/2011;

Escrito por Altair Santos Pavimento permeável contra enchente, entrevista Mariana Marchioni, engenheira da ABCP, em 30/03/2011;

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Asfalto de Plástico

Ainda são poucas as pesquisas realizadas nesse meio, mas empresas de pavimentação estão experimentando alternativas plásticas nesse meio. Plásticos usados em itens comuns, como sacolas de lixo, estão sendo recicladas em grades, pastilhas e até pedras de plástico.

Asfalto com revestimento de Plástico
Texto adaptado por Érica de Vargas

            Todos nós entendemos a importância dessa inovação para o meio ambiente em que vivemos, vamos ver agora três inventos da aplicação do plástico como pavimento, o quanto ele é vantajosa, favorável e um projeto recentemente iniciado pela empresa VolkerWessel da Holanda.
Exemplo de um projeto de asfalto de plástico - Foto: Divulgação/VolkerWessels
SISTEMA DE GRADES DE PLÁSTICO - Esse sistema usa uma rede de cilindros conectados que formam uma malha contínua. Coloca-se essa rede em uma superfície nivelada e, depois, preenche-se com um agregado de rochas ou cascalho. A malha plástica formada permite a drenagem de água na rodovia, prevenindo poças na superfície. Em adição a isso, ela cria uma rua capaz de sustentar o tráfego de veículos e pedestres sem precisar de grandes quantidades do asfalto usual derivado do petróleo.

PASTILHAS DE PLÁSTICO - Outra diferente alternativa seriam as pastilhas. Plástico reciclado é um produto versátil, que pode ser transformado em quase qualquer formato quando derretido. Podendo juntar várias pastilhas de plástico em um agregado de pavimentação de rodovias. De acordo com a Rural Conservation Alliance, 7% de um agregado de pavimentação são pastilhas de plástico. Elas adicionam mais estabilidade à mistura, além de proverem uma textura levemente porosa para o escorrimento de água.

PAVIMENTOS DE PLÁSTICO - Uma alternativa decorativa são os pavimentos de plástico. As mais comuns são pequenas pedras achatadas que são colocadas como tijolos na superfície das rodovias. Esses pavimentos geralmente são usados no lugar de grandes blocos de concreto, já que têm menor tendência a rachar com o tempo.
Pavimentos de plástico oferecem a mesma resistência a rachaduras graças ao polietileno de alta densidade (HDPE). A aparência dos pavimentos de plástico também pode imitar a aparência de pedra ou concreto para um visual natural.


PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS E SOLUÇÕES

O asfalto e concreto são superioridade como agregados para a pavimentação de estradas, garagens e estacionamentos. Apesar disso, são recursos naturais que estão sendo lentamente esgotados do Planeta Terra.
Usar plástico nas rodovias ajuda a diminuir consideravelmente o volume desses materiais em aterros, já que infelizmente, muitos plásticos não são reciclados e acabam por lotar os mesmos. Conforme a demanda por alternativas de plástico aumentam, as companhias de lixo podem redirecionar itens de plástico de suas estações de processamento para centros de reciclagem locais.

POSSÍVEL PIONEIRO

            Holanda pode ser o primeiro país a usar a nova técnica. O modelo, batizado de PlasticRoad foi desenvolvido por uma subdivisão da empresa holandesa VolkerWessels e usa apenas material reciclado como matéria-prima para a produção das seções da estrada, que podem ser pré-fabricadas.
Para aqueles que acham que a ideia só poderia mesmo ser adotada no frio dos países que ficam mais distantes do Equador, a empresa garante que o material pode resistir a temperaturas mais elevadas, de até 80°C.
Material seria até três vezes mais duráveis do que o asfalto - Foto: Divulgação/VolkerWessels
Entre as vantagens prometidas estão menos manutenção e até três vezes mais durabilidade, o que significa menos obras e, e igualmente menos engarrafamentos. A construção também seria mais rápida, reduzindo de meses para semanas o tempo necessário.

VANTAGENS

“As PlasticRoads têm várias vantagens quando comparadas às estradas convencionais em termos de construção e manutenção”, explica a construtora. O uso de plástico para a fabricação do pavimento abre portas a outros segmentos da engenharia civil: instalação de células para geração de energia, superfícies silenciosas e um interior oco para a instalação de cabos e canos são outras das possibilidades vislumbradas pela construtora estrangeira.
A ideia ainda é um conceito, mas a VolkerWessels espera concluir a primeira via pública totalmente pavimentada com plástico reciclado em um prazo de três anos, de acordo com o jornal "The Guardian".
Estrutura oca permite a passagem de cabos de energia ou tubulação de esgoto ou água - Foto: Divulgação/VolkerWessel
Mas, antes de podermos passar em ruas feitas de plástico, é preciso produzir e testar o projeto, por isso à empresa responsável pela ideia está à procura de parceiros. A cidade de Roterdã já se mostrou interessada e disponibilizou uma espécie de laboratório para que a PlasticRoads seja testada.
As estradas de plástico serão ainda testadas pelos laboratórios da VolkerWassels, permanecendo apenas uma previsão do tempo mínimo como descrito de três anos, onde poderá vir a ser parte realmente do nosso cotidiano.
REFERÊNCIAS

Escrito por Amy Rodriguez | Traduzido por Eduardo Chagas - Alternativas de plástico para pavimentação, sem data;

Fonte: O Globo - Holanda estuda substituir asfalto por plástico na pavimentação das ruas, Publicado em14/07/15;

Fonte: Tecmundo, Geeky Gadgets/Roland Hutchinson e VolkerWesselsEngadget/Jon Fingas - Pavimentação de plástico que geram energia podem ser o futuro,  Publicado por Engenharia é, em 20/07/2015;




sábado, 3 de outubro de 2015

Asfalto de Borracha

Já pensou em uma forma mais econômica para conservar as rodovias e, ainda, reciclar toneladas de pneus usados arranjando ele como um material para pavimentação de vias públicas?


Asfalto com revestimento de Borracha

Texto adaptado por Érica de Vargas

Ainda falamos de futuro, pois no Brasil seu emprego é adotado, mas ainda demasiadamente. A nova tecnologia reduzirá os custos de manutenção e aumentará a vida útil das estradas e vai se constituindo numa alternativa para o uso de pneus consumidos. Diversos países já utilizam esse processo habitualmente, em boa parte da malha rodoviária. São eles: Estados Unidos, África do Sul, China, Austrália, Suécia, Holanda, Espanha, França, Japão, Colômbia, Chile.
Apesar de existir no mundo diversas pesquisas e o uso desta inovação usualmente, temos que dar tremenda significância aos estudos e colocações por mais que sejam delongadas dessas ações sustentáveis no nosso país. Para o doutor em geotecnia, Luiz Rodrigues de Mello, respondendo a primeira pergunta, a forma seria o asfalto borracha. Autor da tese O Estudo do Dano em Meio Contínuo no Estudo da Fadiga em Misturas Asfálticas, ele explica. “A inclusão da borracha na mistura modifica as características químicas e físicas do ligante. Essas alterações fazem com que o asfalto tenha maior resistência a fadiga e ao envelhecimento. Essas duas propriedades são primordiais para pavimentos mais duradouros”, explica.
O revestimento de vias públicas e de estradas sofre um processo de envelhecimento e desgaste devido o uso contínuo e principalmente por causa da oxidação provocada pelo contato com outros produtos, exigindo substituição após dez anos.

O PROCESSO

No processo de reciclagem, a mistura já existente da produção do asfalto, geralmente em condição deteriorada, é raspada (fresada) e adicionada a novos agregados e ligantes, permitindo o amolecimento do material envelhecido e a formação de uma massa homogênea. Pode-se usar ainda um agente rejuvenescedor (AR) derivado do petróleo que pode repor tais propriedades que forem perdidas no processo.
O processo de obtenção desse pavimento é semelhante ao aplicado na fabricação de asfalto convencional, variando apenas a temperatura necessária para compactar a massa. Para Melo, durante os testes do asfalto borracha utilizou 20 % de borracha moída de pneus usados, essa seria mais uma opção para os pneus inservíveis.


 Figura retrada de: http://src.odiario.com/Imagem/2010/08/25/g_164835912.jpg                        

AÇÃO ECONÔMICA E SUSTENTÁVEL

Dados divulgados ainda em 2010 pela Reciclanip criada para atender ao Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis – mostraram que a entidade coletou e destinou de forma ecologicamente correta 311, 5 mil toneladas de pneus que não seriam utilizados. Segundo Melo o asfalto de borracha “Seria uma das soluções para o destino de milhões de pneus usados, numa extensão de 1 km numa faixa de 3,5m de largura, pode­ se usar até 625 pneus
Citações um pouco antigas, porém importantes ainda servem de alerta, elas nos mostram que nos últimos quatro anos antes de 2010, o governo federal investia anualmente R$ 3,5 bilhões na conservação, restauração e manutenção rodoviária (CREMA). Segundo o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), para 2011 estavam previstos R$ 5 bilhões. “Caso houvesse a adesão do asfalto borracha em rodovias ao longo do Brasil, aliado a uma boa pavimentação, certamente estaríamos com menos buracos e teríamos acréscimo de vida útil no pavimento”, garante Mello.
A tecnologia faria com que os investimentos em programas de recuperação de estradas fossem menores, já que após cinco anos de uso, o asfalto borracha ainda não apresenta fissuras, segundo o pesquisador. Entre as principais vantagens do novo produto estão: redução de antioxidantes e do carbono da borracha; aumento da flexibilidade, causada pela elevada concentração de elastômeros (polímeros com propriedades semelhantes à borracha); aumento de até 17º C no ponto de amolecimento, garantindo maior resistência à deformação e baixa suscetibilidade a variações térmicas.

PIONEIRO NACIONAL

No Brasil, em 2001 foi aplicado o primeiro asfalto de borracha. O projeto foi realizado na rodovia BR 116, entre Guaíba e Camaquã, km 319 no estado do Rio Grande do Sul. Dois anos depois, o asfalto de borracha tornou-­se objeto de pesquisa pela Área de Pesquisas e Testes de Pavimentos, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Por meio disso testes foram realizados em duas pistas experimentais, uma com asfalto comum, o conhecido CAP 20 (Cimento Asfáltico de Petroléo) e outra com o asfalto de borracha.
Os cientistas submeteram as pistas a uma carga de eixo de 10 toneladas e simularam 98 mil repetições nas pistas, depois dos testes, o asfalto comum estava completamente trincado, enquanto o de borracha dano algum. Somente depois de 300 mil repetições, o trincamento na pista de borracha foi apontado e com um grau de incidência muito baixo.

Trecho experimental – BR 116/RS – 3 anos – Asfalto convencional     Trecho experimental – BR 116/RS – 3 anos – Asfalto borracha
Imagem retirada de um texto de Armando Morilha Junior – Diretor Técnico do Grupo Greca Asfaltos

FALTA DE INCENTIVO
Conforme Mello, infelizmente ainda não há no Brasil incentivo oficial para a incorporação da borracha na composição das misturas do asfalto. “Falta conhecimento da técnica e vontade administrativa para que projetistas, de obras de construção de pistas nas ruas e estradas, comecem a usar esse processo no país”
            No Brasil ainda não há projeto de lei tramitando no Congresso Nacional que obrigue a inclusão da borracha no cimento asfáltico. Existe apenas uma resolução do CONAMA (n°258/99) que determina que as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos são obrigadas a coletar e dar um destino ambientalmente adequado aos pneus inservíveis.
Segundo Luciana Nogueira a chefe do Laboratório de Asfalto do Instituto de Pesquisas Rodoviárias (IPR/DNIT) “em 2009 foi aprovada uma norma com configurações específicas para o uso do asfalto borracha nas obras de estradas”, mas “muitos projetistas fizeram o projeto antes da norma ser aprovada. Outro entrave é que precisa ter um controle tecnológico para realizar a mistura”.

CONCLUSÃO

A reciclagem desse material é de estima importância tanto ambiental como social, se levarmos em conta que a não reutilização pode acarretar em diversos maléficos. Vou dar apenas um exemplo de produção exorbitante desse material que é por parte das montadoras de automóveis, onde são incorporados ao mercado cerca de 60 milhões de pneus ao ano (5 peças por veículos).
Por isso, todos nós somos responsáveis por boa parte dos pneus descartados de forma inadequada na natureza. Essa deposição irregular contribui para a proliferação de vetores de doenças, como a dengue, a queima dos pneus velhos a céu aberto emitindo uma série de gases venenosos, aumentando o risco de incêndios, poluindo o ar e contaminando o lençol freático.

REFERÊNCIAS

Fonte: Camila Cotta - Asfalto reciclado com pneus velhos ajuda reduzir impacto ambiental, sem data;

Fonte: Agência Brasil - Pneus usados são transformados em asfalto no Rio Grande do Sul, Publicado por Equipe Eco Viagem em 04/08/2003;

Fonte: Com Agência T1 - Asfalto feito com pneu dura mais e é sustentável, Publicado pela Redação em 04/03/2011;